Cenoura: como enfrentar doenças em condições de clima instável

O cultivo profissional de cenoura exige atenção redobrada em períodos de transição climática, quando o aumento das temperaturas e a irregularidade das chuvas criam condições ideais para o avanço de doenças foliares e problemas de solo. Sem manejo adequado, a produtividade e a qualidade comercial das raízes podem ser seriamente comprometidas.

De acordo com Cristhofer Cruz, agrônomo especialista em produção de sementes, um bom manejo pode garantir um produto final com melhor qualidade: formato de raíz, aspecto da pele, coloração intensa e pele lisa, entre outros. Estar atento às doenças pode ser significativo na manutenção da lucratividade do negócio. 

Queima-das-folhas

Causada por fungos como Alternaria dauci e Cercospora carotae, é uma das doenças mais limitantes.

Sintomas: manchas escuras nas folhas, evolução rápida em condições de calor e umidade.
Consequência: redução da área fotossintética e raízes menores ou malformadas.

Nematoides de galha (Meloidogyne spp.)

Sintomas: raízes deformadas, bifurcações e nódulos.
Consequência: perda de padrão comercial e redução da produtividade.

Podridões de raiz

Causadas por patógenos de solo (Pythium, Rhizoctonia e Fusarium), avançam em áreas mal drenadas e em solos compactados.

Estratégias de manejo integrado

  1. Rotação de culturas
    – Alternar cenoura com gramíneas (milho, braquiária) ou leguminosas reduz a população de patógenos de solo e nematoides.
  2. Escolha de híbridos adaptados
    – Variedades com maior tolerância a queima-das-folhas ou adaptadas a clima quente reduzem perdas.
  3. Irrigação equilibrada
    – Evitar excesso de água que favorece podridões. Irrigação frequente, mas sem encharcar, é fundamental para raízes de qualidade.
  4. Adubação balanceada
    – Excesso de nitrogênio pode aumentar a suscetibilidade a doenças foliares. Foco em cálcio e potássio melhora resistência e firmeza das raízes.

Monitoramento constante
– Inspeções semanais ajudam a identificar focos de doença no início, facilitando o controle químico ou biológico de forma localizada.

O controle eficiente das doenças não apenas garante alto rendimento por hectare, mas também assegura padrão comercial uniforme — fator decisivo para acessar contratos com supermercados e agroindústrias.

Investir em práticas preventivas e no manejo integrado é a chave para transformar o risco climático em vantagem competitiva, mantendo a lavoura produtiva mesmo em condições adversas.

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