Devido à falta de tempo no cotidiano, surge a necessidade das pessoas em adquirir alimentos que podem ser preparados de forma mais rápida e fácil. Contudo, também é crescente o anseio por produtos cada vez mais naturais, que apresentem características próximas às dos produtos in natura. Somados, estes fatores fazem com que as hortaliças minimamente processadas (embaladas para o consumo imediato) ganhem novos adeptos a cada dia, abrindo portas para que horticultores explorem um novo mercado.
De modo geral, os vegetais minimamente processados, ou as saladas prontas, têm tido crescente aceitação. Particularmente nos grandes centros urbanos, por atenderem adequadamente aos requisitos contemporâneos de alimentação saudável, com praticidade e segurança.
Saiba quais são os benefícios do embalamento para produtores e consumidores!
“As pessoas deixam de consumir alimentos mais frescos e saudáveis pois precisam limpar hortaliças, e as vezes não tem tempo. Hoje, o mercado de hortaliças embaladas e processadas é o mercado futuro, pela facilidade que traz”, explica Emanuel de Magalhães, empresário rural da Hidroponia Rosa de Saron, de Nerópolis-GO. Com 5 mil metros de área coberta, esta produção de hidropônicos tem como foco produtos diferenciados, que são produzidos de acordo com os desejos dos consumidores e embalados para garantir um consumo mais prático e o fomento à uma alimentação mais saudável.
A Empresária Rural do estabelecimento, Ana Carolina, salienta que o intuito é sempre produzir o que as pessoas querem e aproximar o consumidor da produção. “Nós temos o endereço e os telefones da Rosa de Saron em nossas embalagens. Você tem acesso a mim e a nossa estufa! Então as pessoas ligam e pedem para conhecer, ver como é. Elas vêm no final de semana, fazem visita, entendem como tudo funciona”, destaca.
De acordo com Emanuel e Ana, a produção de hortaliças embaladas veio para facilitar o cotidiano dos consumidores, estimulando hábitos mais saudáveis. O custo de produção para quem deseja investir neste modelo é um pouco maior, pois o manejo de um produto embalado exige mais tempo de atividade (colher, lavar, centrifugar, embalar) e também é necessário ampliar o número de profissionais trabalhando nos procedimentos. Em contrapartida, o retorno vem se mostrando cada vez mais promissor. “Quando compra o consumidor pensa que vale o que pagou, porque consegue enxergar que naquilo que pagou mais caro ele ganha em sabor e qualidade”, ressalta Emanuel. “Por ser um produto hidropônico, já não tem sujeira, não tem contato com lixo, com inseto, já é mais limpo que o convencional. É um produto mais higiênico e você consegue automaticamente agregar mais valor. A pessoa paga um pouco mais caro, mas ela não perde nada do produto em casa. Ela aproveita 100% dele”, complementa.
Processo de embalamento de hortaliças da Rosa de Saron
Além disto, o sucesso do empreendimento também está no investimento em embalagens chamativas, que destacam os materiais, e na forma de comercialização. Na Rosa de Saron, as mini hortaliças e baby leafs são separadas em caixinhas de papelão, cada uma com o nome específico do produto e contando com design arrojado. “A exposição em mercado agrega muito valor. Isso faz o seu produto valer mais ou valer menos”, destaca Ana, incentivando os horticultores a buscarem formas criativas para apresentar os seus produtos nos pontos de venda. A exclusividade é outro fator para o sucesso, garantindo o consumo conforme as necessidades de cada mercado, região e público. “Damos a opção ao cliente de comprar da forma que ele quer. Se ele vende embalagens com mais alface roxa, com menos cenoura, beterraba ou mini agrião, a gente consegue configurar o produto de acordo com o que a loja pede”, revela Emanuel.
Embalamento de hortaliças da Rosa de Saron
Outro exemplo de sucesso na horticultura brasileira, que se consagrou por investir na higienização e embalamento das hortaliças garantindo alimentos prontos para o consumo, é a Tanaka, de Brazlândia-DF. “A cada dia a saída está aumentando. Quando começamos com os produtos que estamos comercializando hoje, embalados, já aumentou em 60% a nossa produção”, expõe Thamara de Sá, nutricionista da empresa. São 13 variedades embaladas e o mix de folhas, para cumprir o papel de saladas prontas para refeições.
Processo de embalamento e higienização de hortaliças da Tanaka
Conheça também a história de sucesso das hortaliças embaladas do grupo MNS
Tudo começa com o cultivo do produto, segue para a sua colheita, depois para a área suja (onde é feita a lavagem para tirar os resíduos), e de lá vai para a área limpa, onde é feito e embalamento dos produtos. “É feita lavagem, secagem na centrifuga, o produto é embalado com o seu preso e guardado na câmara fria para fazer distribuição. A hortaliça higienizada passa por todo um processo de seleção: tem que desfolhar, tem que realmente escolher a folha que está boa para passar por esse processo. Para começar o processo tem que ter um registro no DIPOVA/SEAGRI, na Vigilância Sanitária, certificado de bombeiros, análise de rótulo… Qualquer produto incluso tem que ir novamente para a autorização, para só assim poder distribuir e chegar ao consumidor”, resume Thamara. “No começo o pessoal as vezes acha que não é higienizado, então fizemos um folder para deixar nos mercados junto com os produtos, para as pessoas realmente verem como era o processo e terem certeza que é um produto de boa qualidade”, informa.
Você encontra todas essas informações e muito mais no quinto episódio do Comunidade Hortifrúti! Nele, visitamos a cidade de Nerópolis-GO para conhecer a produção de hortaliças embaladas e higienizadas da região. Assista ao episódio na íntegra: