As abóboras são hortaliças de fácil cultivo, devido às características de rusticidade e adaptação climática da espécie. Plantadas de norte a sul do Brasil, possuem os frutos super nutritivos e versáteis, compondo a alimentação dos brasileiros desde saladas e pratos principais até sobremesas e doces diversos.
Em uma interação nas nossas redes sociais recebemos uma série de perguntas sobre o cultivo desta hortaliça. Convidamos o Coordenador Técnico de Vendas da ISLA Sementes Marcos Renan de Souza para sanar nossas dúvidas.
Como é feita a polinização de abóboras a campo?
É feita através da polinização de insetos como abelhas e mamangavas. As flores são chamadas “flores do dia” que ficam receptivas para a polinização nos horários entre 6h e 10h, aproximadamente. Quando a flor não é polinizada, acontece o abortamento da mesma.
O sol em excesso pode queimar a planta ou os frutos?
Sim, o excesso de radiação solar pode causar queimaduras nas plantas. Uma estratégia é o plantio de materiais mais resistentes, com melhores condições de sanidade foliar, que chegam até o final do ciclo com boa cobertura de folhas, evitando os “golpes de sol” nos frutos.
É comum o uso de sombrites ou cultivo em consórcio com outras plantas para proteger do sol forte?
Em cultivos de grandes áreas, em larga escala tende a ser inviável o uso de telas de sombreamento a campo aberto. Já em áreas menores, é possível cultivar em consórcio com milho ou outras plantas altas que acabam protegendo as plantas de abóbora do sol em excesso.
Qual o espaço necessário para cultivar?
Esta recomendação é bem variável, depende da cultivar em questão. A Abóbora Mini Paulista tem espaçamento recomendado de 200 cm na linha x 100 na entrelinha. Já a Abóbora Híbrida Tetsukabuto exige maior espaçamento, 300 cm x 100 cm entre plantas. De forma geral, quanto menor o tamanho da abóbora, menor será o espaçamento necessário para o plantio. As abobrinhas são opções interessantes também no cultivo em vasos o que indica a versatilidade nos cultivos, já que o espaço mínimo necessário é bem baixo. Uma das variedades que exige menores espaçamentos é a Mini Jack, tem boa aceitação no mercado devido ao tamanho dos frutos, ideais para refeições individuais.
Qual o melhor tipo de solo para cultivar?
Os solos mais argilosos são preferenciais para o cultivo, pois apresentam melhor capacidade de retenção de água além de melhor disponibilidade natural de nutrientes. Além disso, o nível do pH do solo deve ser entre 6,0 e 6,5 para que haja melhor disponibilidade de macro e micronutrientes às plantas e melhor desempenho das cultivares. Através da coleta de amostras do solo e posterior análise em laboratório é possível determinar a correção do pH, considerando que a maioria dos solos do Brasil tem valores abaixo do ideal (considerados solos ácidos). Na prática uma boa irrigação e a correção do solo contribuem para o sucesso da lavoura de abóbora.
Qual seria uma quantidade de frutos satisfatória por planta?
O ideal seria em torno de 3 a 4 frutos produzidos por planta, mas este número é relativo e pode variar conforme a cultivar, as práticas de manejo e as condições climáticas ao longo da safra. Citamos a Mini Abóbora Híbrida Pérola Negra e a Abóbora Brasileirinha, com produção média estimada em 8 e 10 frutos por planta, respectivamente.
Quais os principais tipos de irrigação utilizados?
Nem todos os produtores de abóboras fazem uso de irrigação. Entre os que irrigam, há uma relação entre o tamanho da área e o sistema utilizado. Em geral, os produtores de grandes áreas utilizam pivô central; os de áreas médias utilizam o sistema de canhão e os produtores de pequenas áreas utilizam o sistema de aspersão. Alguns produtores com maior nível de tecnificação utilizam fitas de gotejamento, que gera economia de água e otimização de custos na produção.
Qual a principal praga neste cultivo?
O principal inseto-praga no cultivo de abóboras são os tripes, que sugam a seiva das plantas e também são transmissores de viroses. Em geral as pragas são comuns as outras espécies de cucurbitáceas como melão, melancia, chuchu. Também é comum a incidência de doenças como míldio, oídeo e as próprias viroses. Para cada praga existem diferentes alternativas de controle.
No cultivo orgânico, como lidar com os insetos no final de ciclo e maturação?
De acordo com a Agrônoma Amanda Inoue (coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da ISLA Sementes) é recomendado trabalhar desde o início do ciclo com o manejo preventivo, evitando a entrada dos insetos nas áreas ou procurando manter baixas as populações dos insetos. Alguns produtores fazem uso de armadilhas, produtos biológicos e caldas ou extratos à base de plantas para controle de insetos. Os mais utilizados são extrato de fumo e de pimenta, que tem ação repelente e ajudam a controlar os insetos desde o início do ciclo. No final do ciclo a planta fica naturalmente mais suscetível, pela maior pressão das pragas. Devido ao maior tempo a campo e também pelas características de final de produção (as reservas e os fotoassimilados das folhas são destinados aos frutos) é difícil realizar o controle apenas na fase final de cultivo. Por outro lado, nesta fase os frutos já apresentam a casca mais dura e são menos afetados por insetos. Realizar a colheita de forma precoce é uma boa estratégia para evitar os danos e reduzir as perdas.
Agora que você já sabe mais sobre o cultivo de abóboras, que tal escolher suas sementes? Veja o mix de sementes da ISLA e confira as variedades mais indicadas para a sua região.
Geraldo Araújo Menezes
Estou fazendo um reflorestamento de 2 hectares em volta de uma lagoa as plantas estão 1×1 m e linhas 2×2 m. Quero cultivar abóbora p manter as despesas do reflorestamento.
Vania
Esta é uma boa forma de otimizar os recursos! Parabéns pela iniciativa!
Mário Iurino
Quero conhecer mais sobre o cultivo da abóbora paulistinha.
Robertson
Bom dia! Parabéns pela publicação, foi muito esclarecedora. Porém me surgiu uma dúvida, há possibilidade de fazer o plantio de Abóbora recorrente em uma mesma área irrigada, duas seguidas por exemplo?
Vania
Olá, Robertson
Os cultivos recorrentes podem ser feitos, neste caso, fique atento ao aparecimento de doenças de final de ciclo, como Míldio; murcha de Fusaruim, Antracnose e Oídio.
Neste link, temos nova matéria sobre abóboras: https://canaldohorticultor.com.br/ta-na-epoca-aboboras-e-morangas/
Boa leitura!