O cultivo de quiabo (Abelmochus esculentus) acontece em várias regiões de clima tropical, subtropical e temperado do mundo, por conter frutos comestíveis saborosos e ricos em nutrientes. No Brasil é cultivado principalmente nas regiões do Nordeste e Sudeste que apresentam condições ideais de cultivo, seu consumo tem ganhado apreciadores nas demais regiões do país. Aprenda como plantar:
Qual o solo ideal para cultivo de quiabo?
A planta tem origem na África e se adaptou super bem no Brasil. O solo ideal para cultivo possui textura argilo-arenosa, sendo possível produzir em solos de outras texturas. Deve ser um solo fértil, de boa profundidade, permeável, bem drenado e rico em matéria orgânica. É importante evitar solos infestados com nematoides pois a espécie é sensível a esta praga.
Para um bom estabelecimento inicial da cultura é importante o preparo do solo, com aração profunda de 25 a 30 cm e posterior gradagem. O pH do solo deve ser corrigido, quando necessário para atingir 5,5 a 6,5. Faça a análise do solo e submeta à análise em laboratórios da sua região. Importante adubar com Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio e Boro.
Qual a melhor época de plantio?
Nas regiões de clima frio a época ideal para o plantio de quiabo inicia em setembro e segue até janeiro. Já nas regiões de clima ameno, a melhor época vai de agosto a março. Em locais de clima quente, o início do cultivo pode se dar ao longo de todo o ano.
A temperatura ideal para desenvolvimento da cultura é de 20 a 25°C. Quando ocorrem temperaturas abaixo de 18ºC ou acima de 35°C ocorre queda de flores e frutos.
Como é feito o plantio?
O plantio pode ser feito de forma mecanizada, mantendo espaçamento de 1m a 1,2m entre linhas por 0,2m a 0,5m entre plantas na linha de plantio. Caso seja feito o plantio manual, as sementes são colocadas direto na terra, usando matracas, por exemplo. O espaçamento pode ser de 1,2m por 0,5m semeando 3 a 5 sementes por cova, fazendo depois o desbaste mantendo até 2 plantas por ponto.
A semeadura também pode ser feita em bandejas e transplantadas para o local definitivo, quando as mudas atingirem de 10 a 15 cm de altura.
* Onde as condições de temperatura são menos favoráveis, o cultivo pode ser feito sob cultivo protegido, com estufas e casas de vegetação, mas esta forma é pouco comum.
Demanda de sementes: 3,0 a 4,5 kg por hectare
Plantas por hectare: entre 25.000 a 40.000
Estimativa de produção: de 25 a 50 toneladas por hectare
Quais os principais tratos culturais?
Irrigação:
Necessária nos períodos de seca, quando as plantas tem sua demanda hídrica não atendida naturalmente.
Capina:
A cultura deve se desenvolver “no limpo”, sem que haja competição com outras plantas ao redor. As capinas e roçadas podem ser manuais ou químicas de acordo com recomendação técnica.
Adubação de base e de cobertura:
Esta informação pode variar de local para local, conforme o tipo de solo, histórico da área e expectativa de rendimento. É fundamental que seja feita a análise de solo para planejamento adequado da adubação dos cultivos. A adubação ao longo do ciclo favorece a formação das flores e frutos, podendo ser aplicada cerca de 30 dias após o plantio, quando as plantas já estão em desenvolvimento vegetativo.
Controle de Pragas e Doenças:
As plantas podem ser atacadas por pragas, principalmente ácaros e nematódeos. As doenças mais comuns na cultura do quiabo são: Oídio, murcha de fusário, mancha de ascochyta, cercosporiose, antracnose e murcha de verticílio, ambas causadas por fungos. As doenças causadas por bactérias são: crestamento das folhas, mancha angular e podridão-mole dos frutos.
O controle fitossanitário, quando necessário, deve ser feito de acordo com recomendações de um técnico que acompanhe o campo.
Como ocorre a polinização?
As flores do quiabeiro apresentam pétalas amarelas com uma grande mancha arroxeada na base colunar, tornando-se vistosa e atraente aos insetos. Apresentam pedúnculo de comprimento ao redor de 2 cm exibindo assim uma grande flor com características entomófilas. Produz néctar e pólen, e o estigma está receptivo antes do pólen estar viável. O quiabeiro é uma planta autógama, (autopolinização), portanto, não necessita de agentes polinizadores. Entretanto, observa-se que o comprimento dos frutos e o número de sementes por fruto são maiores quando as flores são visitadas por insetos de diferentes espécies.
Qual o ponto de colheita?
Os frutos podem ser colhidos quando atingem um comprimento de 8 a 12 cm e estão tenros, sem fibras e a ponta do fruto quebra com facilidade quando dobrada. Normalmente ocorre de 5 a 6 dias após abertura da flor, que fica no ápice dos frutos. Este é o ponto de colheita mais usual, mas os frutos também podem ser colhidos desde muito pequenos, tendo inclusive suas flores comestíveis.

Quiabos podem ser consumidos de diversas maneiras, entre elas refogado, frito, cozido ou assado, em saladas, sopas e conservas. Os pratos típicos no Nordeste são Caruru (quiabo com camarão) e frango com quiabo. Já em Minas Gerais é tradicional o refogado de carne com quiabo. Quando colhido jovem, pode ser consumido até cru, na sua máxima crocância.
Mais sobre a planta
Altura: de 1,5 a 2,0 metros
Folhas: verdes e pilosas
Flores: hermafroditas de branco-amareladas, com centro vermelho-escuro
Frutos: em forma de cápsulas, alongados e estreitos
Coloração dos frutos: verde, violeta e vermelha
Ciclo: 60 a 80 dias
Conheça as cultivares de alto desempenho
Quiabo Híbrido Guará

– Planta de porte alto e muito produtiva
– Longo ciclo de colheita e resistente ao vírus YVMV*
– Ótima adaptabilidade em diferentes regiões de cultivo e excelente conservação pós-colheita.
Quiabo Híbrido Canindé

– Planta de porte alto altamente produtiva
– Frutos com 5 quinas e excelente pós-colheita
– Longo ciclo de colheita
– Ótima adaptabilidade em diferentes regiões de cultivo.
Quiabo Híbrido Cariri

– Planta de porte médio com excelente pós-colheita
– Frutos altamente uniformes sem quina
– Longo ciclo de colheita e resistente ao vírus (BYVMV)*
– Ótima adaptabilidade em diferentes regiões de cultivo e excelente conservação pós-colheita.
Quiabo Carcará

– Planta de porte alto e de excelente produtividade
– Frutos de formato quinado, de coloração roxa brilhante e ótimo sabor
– Boa tolerância a Oídio.
Além das variedades já citadas a ISLA conta também com o Apuim que apresenta plantas precoces, de porte baixo, internódios curtos, folhas lobadas, com frutos verdes em tom mais escuro que Santa Cruz, com menor presença de goma e maior conservação pós colheita. A Amarelinho tem os frutos cilíndricos e verdes, em tons mais claros comparando com a variedade Clemson, do tipo americano.
Alice Nadir Fuchigami
Plantei quiabo no mês de agosto o pé cresceu mas não deu frutos região sul quero saber o que devo fazer para prxusir frutos
Vania
Olá, Alice. Podem ter ocorridos alguns estresses fisiológicos, impedindo a planta de florescer e formar frutos. Você pode garantir o próximo cultivo, adubando a terra e evitando que haja pouca rega ou excessos de umidade nas raízes. Também vale lembrar que a planta precisa receber luz solar direta, em ambiente arejado, como pátios ou lavouras.
Rafael
Tudo sobre o quiabo muito bom
Regina
Os meus estão dando brotos , eu corto ou deixo?
Vania
Olá, Regina. Os brotos podem ser mantidos. Se a planta estiver bem nutrida e em clima favorável, ela pode formar novos frutos.
Jorge Marcos de oliveira
Possuo uma variedade de quiabo não citada no texto. Ele é mais alongado, um pouco mais macio. Assim que tiver uma foto, mandarei