A 66ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças, a primeira de 2022, foi realizada no dia 23 de março, e uma das principais pautas foi o a rastreabilidade. Um estudo sobre rastreabilidade foi apresentado na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças, confira:
“Identificação e análise de pontos críticos relacionados com o cumprimento das normas de rastreabilidade pelas cadeias econômicas de hortaliças” foi o título da apresentação da pesquisadora da Embrapa Hortaliças, Maria Thereza Pedroso, baseada em pesquisa concluída recentemente sobre a capacidade de os agentes econômicos das cadeias produtivas de hortaliças aderirem às regras da rastreabilidade de agrotóxicos que constam na INC nº 02 (Anvisa/ MAPA).
Ao iniciar sua apresentação, a pesquisadora pontuou algumas das vantagens da rastreabilidade, tais como agregação de valor à hortaliça e à profissionalização da cadeia produtiva. Em seguida, apontou os principais aspectos que considera relevantes para o entendimento das condicionantes para a aplicabilidade da norma e que estão intrinsicamente relacionados com as distintas realidades entre os polos de produção e os polos de produtores de hortaliças. A pesquisa definiu como polo de produção as microrregiões que, segundo o último Censo Agropecuário, concentram a produção de uma determinada hortaliça. Como polo de produtores, as microrregiões com maior número de estabelecimentos agropecuários que produzem a hortaliça.
Segundo Maria, por um lado, há estabelecimentos agropecuários que conseguem produzir hortaliças de melhor qualidade em termos visuais e homogêneos, que dispõem de maior capacidade de gestão e maior acesso às tecnologias que são capazes de fornecer para grandes empresas de atacado e redes de supermercados. Por outro lado, há uma enorme quantidade de estabelecimentos que não têm a mesma oportunidade. “No geral, são majoritariamente de pequeno porte econômico, apresentam menor nível tecnológico e baixa capacidade de gestão”, sublinha a pesquisadora.
Para exemplificar, ela destaca dois casos entre os identificados no estudo, e referentes a dois polos – Bauru, em São Paulo (polo de produção), e Jequié, na Bahia (polo de produtores): enquanto no primeiro o acesso à internet alcança 51% dos produtores, no segundo polo é de apenas 19%. Com relação ao acesso à assistência técnica, a diferença é ainda maior – 54% em Bauru e 5% em Jequié.
Na opinião da pesquisadora, à vista dessas realidades tão opostas, “não basta intensificar a fiscalização da Anvisa e do Ministério da Agricultura para que se cumpram as exigências da Instrução Normativa, é urgente mudar essa realidade”. Essa mudança, segundo ela, “deve ocorrer por meio de uma política incisiva de apoio a todos os agentes das cadeias econômicas de hortaliças mais fragilizados, e que assegure a capacidade de gestão e o nível tecnológico desses agentes”.
“Quando falo em agentes econômicos mais fragilizados, estou me referindo a agricultores e também a empresas de atacado e de varejo que fazem parte do canal de comercialização”, explica.
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Neste link você confere nossas matérias anteriores sobre rastreabilidade na horticultura.