As cadeias curtas de abastecimento alimentar, ou short food suply chain, são definidas como um sistema de inter-relações entre partes que atuam na produção, transformação, distribuição e consumo de alimentos.
Segundo os principais pesquisadores deste tema, existem 3 tipos de cadeias curtas:
- Face a face: são aquelas em que os agricultores interagem diretamente com os consumidores e aspectos sociais como confiança, autenticidade e interação pessoal são essenciais ao seu funcionamento;
- De proximidade espacial: que são os produtos produzidos e distribuídos em uma região específica de produção e os consumidores geralmente buscam estes alimentos no local de produção ou em locais de comercialização;
- Cadeias espacialmente estendidas: são aquelas em que é necessária a transmissão e a tradução de valores e informações em torno dos produtos e do local de produção aos consumidores de fora da região de produção. Através de efeitos de reputação, via Selos de certificação ou Códigos de produção aproximam consumidores de produtores.
Na prática, há maior aproximação entre produção e consumo, aumento na confiança entre parceiros, resgate da procedência e da identidade dos produtos.
Saiba mais sobre os principais benefícios:
Qualidade dos alimentos
As hortaliças comercializadas em cadeias curtas geralmente são mais frescas e têm maior qualidade, pois são colhidas em um momento mais próximo da venda e não precisam passar por longos processos de armazenamento e transporte.
Menor impacto ambiental
A comercialização em cadeias curtas também contribui para a redução do impacto ambiental da produção de hortaliças, já que o transporte é reduzido ou eliminado, diminuindo a emissão de gases poluentes.
Relação mais próxima entre produtor e consumidor
As cadeias curtas promovem uma relação mais direta entre produtores e consumidores, permitindo que haja um conhecimento sobre a origem dos alimentos, os métodos de produção e os produtores envolvidos. Isso aumenta a confiança do consumidor e o valor que ele percebe nos produtos.
Desenvolvimento econômico local
A comercialização em cadeias curtas pode ser uma importante fonte de renda para os produtores locais, contribuindo para o desenvolvimento econômico das comunidades rurais e urbanas.
Estímulo à diversificação da produção
As cadeias curtas também incentivam a diversificação da produção de hortaliças, já que a proximidade com o consumidor possibilita vender variedades que não são tão comuns nos mercados convencionais. A diversidade no contexto local, reconecta os consumidores com a sazonalidade local dos alimentos, o que aumenta a conexão com a própria horticultura.
Quanto a agregar, não é mesmo? Para quem pensa em atuar desta forma, acompanhe a próxima matéria, com 5 passos que trarão agilidade no seu planejamento.
Dione Albani da Silva
Bom dia! Adorei a matéria. Sou agricultor familiar que trabalha em feira livre e estou escrevendo uma dissertação de mestrado sobre a comercialização direta. Teria como me passar as suas referências bibliográficas? Desde já obrigado.
Vania
Olá, Dione.
Esta matéria é a primeira de 3 sobre o tema. Foi escrita com algumas referências e relatos de produtores.
Os links são: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/232245/001020657.pdf?sequence=1&isAllowed=y e https://doi.org/10.20435/inter.v0i0.1773