A cebola está presente na mesa do consumidor de norte a sul do país, sendo uma das hortaliças mais produzidas no Brasil. Recebemos uma série de dúvidas sobre o mercado e a produção de cebolas e esta matéria reúne os dados mais atualizados neste contexto. Confira:
Como plantar cebola?
Esta é uma das perguntas mais frequentes para quem está estudando o cultivo e pensando em ingressar na produção comercial desta hortaliça. O cultivo pode ser feito em grandes áreas, com tratos mecanizados ou em áreas menores, diversificando os cultivos da propriedade.
No sistema de plantio direto, é imprescindível que o momento de semeio não aconteça com a proximidade de chuvas fortes. As enxurradas de água podem protagonizar grandes estragos, levando embora as sementes recém semeadas.
A semeadura pode ser feita em linhas simples ou duplas, dependendo da máquina utilizada. É importante fazer um bom preparo de solo, tomar cuidado para que torrões de terra ou palhas não fiquem no caminho, evitando que as sementes fiquem em profundidade adequada e em contato com o solo.
Neste material da Embrapa você encontrará mais informações sobre o cultivo.
Como controlar plantas daninhas que surgem no cultivo de cebola?
O controle de plantas daninhas pode ser feito através de controle mecânico, com roçadas antes da floração das plantas daninhas ou quanto antes possível, para evitar que as invasoras deixem novas sementes no solo. Para o controle químico com produtos herbicidas, é imprescindível utilizar produtos registrados no AGROFIT e seguir recomendações de aplicação conforme técnico especializado.
Como fazer adubação para cebola?
A adubação para plantio de cebola é feita mediante prévia análise de solo e recomendação de nutrientes necessários conforme expectativa de rendimento para cada safra. Você pode aplicar diferentes adubos, visando suprir a necessidade para cada talhão da sua propriedade. Em áreas de melhor fertilidade talvez não seja preciso adubar, já que as cebolas são plantas relativamente rústicas. A Embrapa ressalta o bom desempenho com adubos orgânicos e recomenda aplicação de trinta metros cúbicos de esterco bovino para cada dez mil metros de área cultivada (30m³/ha), sendo incorporados no solo antes do plantio.
Para adubações de cobertura, ou seja, aquelas que são feitas durante o ciclo da planta ao longo do seu estabelecimento e desenvolvimento, podem ser aplicados diferentes tipos de adubos, entre eles os adubos minerais, como o NPK, nas doses indicadas conforme laudo de solo e necessidade de adubação de cada área. A época de aplicação pode variar de acordo com o ciclo da cultura.
Conforme a Engenheira Agrônoma Amanda Inoue, Coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da ISLA Sementes, existem materiais mais precoces onde teria que adubar antes e aqueles mais tardios que esta aplicação seria depois.
“Pode ser feita adubação antecedendo os períodos onde haverá a demanda da cultura, levando em conta a mobilidade desse nutriente no solo/planta, para que ele esteja disponível no momento certo para a planta. Quando a planta estiver com 7 a 8 folhas e começar a bulbificar pode demandar um aporte maior de nutrientes, principalmente nitrogênio, potássio e cálcio. É importante considerar a distribuição da dose aplicada antes da semeadura, e se for preciso, complementar em mais aplicações”.
Amanda comenta que além de aplicação dos macronutrientes (N, P, K, Ca, S, Mg, aqueles que a planta consome em maior quantidade) devem ser considerados também os micronutrientes (Fe, Mn, B, Zn, Mo, entre outros) para a boa nutrição da lavoura.
Qual a necessidade de sementes por área?
De forma geral, cada cultivar tem uma recomendação de densidade populacional. Esta quantidade de sementes por área pode variar também de acordo com a época de plantio, tipo de solo, expectativa de rendimento, qualidade final do produto e práticas de manejo empregadas. Neste estudo da Embrapa, é possível entender a relação entre a densidade de plantas e a incidência de doenças como podridão branca.
A produtividade da cebola aumenta linearmente conforme o aumento na densidade de plantas. Importante seguir a densidade recomendada para cada cultivar e também contar com apoio de técnicos que têm experiência no cultivo de cebolas na sua região.
Quais são as cebolas de melhor qualidade?
Segundo Matheus Oliveira, Coordenador Técnico de Vendas, que atende a região de São Paulo, a Cebola Híbrida Canastra tem excelente performance no campo. Ela apresenta um grande potencial de classificação, ou seja, na maioria das áreas em SP, mais de 70% de caixa 3 (escala de nomenclatura que se refere ao tamanho dos bulbos com padrão exigido pelo mercado).
Seu ciclo é entre 130 a 145 dias dependendo da altitude da região.
A formação de casca é muito uniforme e proporciona ótimo período de pós-colheita. Além disso, também é possível destacar a sanidade foliar muito boa, com tolerância às principais doenças foliares. Sua grande emissão de raízes influencia diretamente na sua rusticidade e alta tolerância às doenças de solo.
O Agrônomo Marcos Renan de Souza destaca a Cebola Híbrida Diamantina, muito plantada na região sul do Brasil. Suas características mais relevantes são boa arquitetura, com folhas eretas, pescoço fino, boa sanidade em relação a Alternaria e Botrytis, média de 11 folhas e boa formação de casca/pele.
Confira esta matéria sobre a Diamantina!
O que acontece depois da colheita?
Após a cura no campo, as cebolas são colhidas e classificadas para armazenamento ou comercialização. Neste link você confere mais sobre os processos de cura e armazenagem da cebola, visando a comercialização em períodos de melhores preços pagos aos produtores. A matéria é aqui do Canal do Horticultor e aborda os diferentes manejos no pós colheita de cebola.
Como funciona a precificação do produto?
Os preços costumam variar nas diferentes regiões produtoras e também ao longo do ano, dependendo da relação entre oferta e demanda do produto no mercado.
Segundo a Embrapa há duas principais fontes de preços no mercado de cebolas. A primeira é a CONAB, que instituiu o Prohort (Programa Brasileiro de Modernização do Mercado de Hortigranjeiros) e que pesquisa preços de venda de frutas e hortaliças nos CEASA’s de todo o Brasil. A outra instituição é o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da ESALq-USP, que pesquisa os preços e impactos econômicos de várias áreas do agronegócio.
Você pode verificar os preços praticados por produtores e Centrais de Abastecimento em todo o Brasil acessando os links abaixo:
1. CONAB – Prohort – http://www.ceasa.gov.br/precos.php
2. CEPEA – ESALQ – http://www.hfbrasil.org.br/br/estatistica/cebola.aspx
Nesta publicação da Embrapa você confere como realizar seu planejamento de custos e otimizar sua gestão na produção, contabilizando insumos, mão de obra e outros valores de cada ciclo de cultivo.
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