Maracujá: riqueza brasileira

O maracujá é uma planta de clima tropical, bem adaptada às condições de cultivo em todo o país. O Brasil é o maior produtor mundial da fruta e exporta o produto sob a forma de fruta fresca, conservada e em suco concentrado.

Nesta matéria vamos abordar os principais aspectos deste cultivo, respondendo às perguntas que recebemos dos nossos leitores. Acompanhe:

Como saber se o solo é apto para plantar maracujá?

Os solos mais indicados para essa cultura são os areno-argilosos ou levemente argilosos e bem drenados, para que não haja problemas com doenças de raízes. É recomendado que o pH seja corrigido, quando necessário, para faixas entre 5,6 e 6,2. Desta forma as plantas irão assimilar tanto os macro quanto os micronutrientes disponíveis. 

Ao realizar uma análise química do solo, além do pH e teor de matéria orgânica do solo, também é possível ajustar as doses de adubos para o cultivo, conforme a necessidade.

Deficiências de cálcio e fósforo afetam diretamente a formação de flores e frutos, com abortamentos das estruturas. Leia mais sobre adubação neste link.

Plantas bem formadas, com bom enfolhamento e equilíbrio entre vegetativo e reprodutivo.

Qual espaçamento utilizar?

O espaçamento tradicional utilizado em lavouras de maracujá é de 3,00 metros entre plantas e 5 metros entre linhas, com um total de 666 plantas/ha. A redução desse espaçamento tem sido utilizada quando se emprega um pacote tecnológico mais eficiente, com irrigação localizada, polinização manual, reposição das deficiências nutricionais, entre outros.

É preciso fazer a polinização?

A produtividade do maracujazeiro está diretamente relacionada com a polinização, a qual influencia o número de sementes, o tamanho do fruto e o rendimento de polpa

Devido ao tamanho e morfologia das flores, as mamangavas, abelhas do gênero Xylocopa, são os agentes polinizadores mais eficientes para o maracujazeiro. Para manutenção da população de mamangavas nas áreas produtivas é necessária a preservação das matas nativas e a manutenção de troncos em início de deterioração no interior da área de plantio, para que estes insetos possam utilizá-los para proteção e procriação. 

Caso não haja mamangavas na área, é preciso fazer a polinização manual. O polinizador deve tocar os dedos nas anteras (parte masculina da flor) até que os mesmos fiquem com um grande volume de pólen e em seguida tocar levemente nos três estigmas (parte feminina da flor) de outra flor. A seguir deve retirar o pólen desta flor e continuar a polinização consecutivamente. Para maior eficiência da polinização, o polinizador deve se locomover em “zigue-zague” entre as linhas de plantio, evitando efetuar a polinização em flores da mesma planta.

Qual variedade vocês recomendam?

A cultivar Maracujá Catarina / SCS437, desenvolvida pela Epagri tem se destacado em cultivos pelo país todo. Sua polpa é alaranjada, com comprimento entre 12 e 14,5 cm, diâmetro de 9 a 10 cm e peso entre 315 a 430g.

As sementes estão disponíveis na ISLA Sementes pelo site ou WhatsApp 

Frutos do Maracujá Catarina, desenvolvido pela Epagri – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

Melhor maracujá do país

O Catarina ganha fama de melhor maracujá do Brasil, pelo seu excelente potencial produtivo e características de fruto. Em uma unidade de referência tecnológica acompanhada pela Epagri em Sombrio, no sul catarinense, o material deve levar a produtividade superior a 60 toneladas por hectare.

O extensionista rural da Epagri em Cocal do Sul, engenheiro agrônomo Diego Adílio da Silva afirma que a melhora na produtividade e o maior valor agregado são consequências de uma série de fatores que têm refinado a produção do maracujá em Santa Catarina nos últimos anos. 

Leia mais sobre a variedade neste link: https://canaldohorticultor.com.br/conheca-o-maracuja-scs437-catarina-lancamento-isla/

Cultivo em campo aberto, Brochier-RS.

Início da maturação dos frutos de Maracujá Catarina em Coimbra-MG.

Quais são as principais pragas?

A cultura do maracujazeiro pode ser atacada por diversas pragas que afetam a produção e a comercialização dos frutos in natura. Viroses, murcha ou fusariose, causada por Fusarium oxysporum f. sp. passiflorae ou Fusarium solani, os percevejos (Diactor bilineatus, Holhymenia clavigera, Leptoglossus gonagra, Anisoscelis spp.), e as lagartas (Dione juno juno e Agraulis vanillae vanillae) estão entre as principais pragas.

O diagnóstico precoce dessas pragas, na maioria das vezes, é dificultado pela falta de informação quanto à correta identificação da praga, o conhecimento de sua epidemiologia e dos principais métodos de controle. Para auxiliar o produtor nesse diagnóstico, a Embrapa disponibiliza o AgroPragas Maracujá

O cultivo de protegido é alternativa em áreas com incidência de viroses.

A Embrapa possui uma série de publicações técnicas sobre este cultivo. Acesse pelo link: https://www.embrapa.br/en/mandioca-e-fruticultura/cultivos/maracuja

Mais sobre maracujá:

https://www.cpac.embrapa.br/publico/usuarios/uploads/6encontroprodutores/cultivomaracuja.pdf

https://www.nsctotal.com.br/noticias/maracuja-de-sc-ganha-fama-de-melhor-do-pais-e-tem-safra-27-maior-com-refino-da-producao

Se você cultiva maracujá e quer compartilhar conosco os registros da sua produção, nos marque nas redes sociais ou use a hashtag #canaldohorticultor.

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