Muitas técnicas podem ser utilizadas para garantir a sanidade, alto desempenho e produtividade da lavoura. Para quem trabalha com culturas como a do pepino, um passo nessa direção é adotar práticas como o tutoramento dos materiais. Nas lavouras brasileiras, é comum fazer o tutoramento em pepinos do tipo aodai e japonês, puxando o fitilho na horizontal. A técnica é uma vantagem para quem quer melhores resultados no campo, e ainda facilita o momento da colheita e proporcionará frutos de maior qualidade, sem a barriga branca.
Produção de Pepino Targa, da ISLA Sementes, em sistema de tutoramento
Vandeis Schaffer, coordenador técnico de vendas da ISLA Sementes, acompanhou lavouras brasileiras de pepino que adotam o método. Os resultados foram muito promissores, impactando no resultado final da produção e na sanidade dos materiais. Quanto aos cuidados e manutenção diária para quem realiza o tutoramento, Vandeis assinala que é preciso paciência na hora de montar o sistema. “O cuidado maior precisa ser em conduzir a planta nos barbantes de algodão até em cima, isso para se ter uma planta alta e produtiva. O que também facilita as pulverizações nas lavouras, conseguindo atingir a planta toda com os produtos”, destacou.
Confira como ficou o sistema de tutoramento do Pepino Targa, produzido em Itaocara (RJ):
O primeiro passo é instalar no solo estacas de bambu (ou material semelhante). São utilizadas uma estaca de bambu a cada 4 plantas, com um fitilho tipo Ouro por baixo, outro no meio e um arame na parte superior do bambu. “O bambu custa cerca de 50 centavos, o fitilho e o barbante são vendidos a kg e o preço varia nas diferentes regiões brasileiras”, informou Vandeis.
Para conferir como fica o sistema, assista a esse vídeo:
Após instaladas as estacas, o primeiro passo é colocar em linha reta, entre uma estaca e outra, o fitilho da parte inferior. O primeiro deles, mais próximo do solo, fica de 20cm a 30cm do chão. Basta amarrar o fitilho na primeira estaca e puxar até a próxima, e assim dar sequência até a última estaca. Após, se repete o processo mas bem no meio das estacas. É preciso puxar o outro fitilho, da mesma forma, levando de uma estaca a outra. Após, a pessoa produtora precisa utilizar um barbante de algodão e ir trançando entre uma linha e outra, como se estivesse fazendo um zigue-zague entre as duas linhas. É necessário fazer o processo até chegar no final da carreira. “Se quiser fazer logo o tutoramento, tudo bem. Se não quiser fazer logo, dá para deixar a planta dar uma crescidinha e ir fazendo outro serviço que é prioridade para você”, expôs Vandeis.
Confira o passo a passo para fazer o tutoramento dos materiais:
A partir da terceira linha, que é a última (bem de cima), não se usa fitilho, mas sim arame. E se repete o mesmo processo que foi realizado entre a linha inferior e a do meio, mas usando a linha do meio e a superior. Nessa parte, é necessário prestar atenção para trançar o arame por dentro dos fios da primeira linha, trazendo a firmeza do sistema, o que garantirá que as linhas não vão ficar cedendo. Por fim, é preciso enrolar as plantas entre as cordas, conduzindo os materiais para garantir a sanidade ao longo de seu crescimento.
É preciso conectar as linhas inferiores e superiores, trançando o arame por dentro dos fios da primeira linha, como na imagem
Apesar de exigir um pouco de paciência, o processo é simples e muito promissor para quem trabalha com a cultura do pepino. O maior desafio consiste em puxar os barbantes de algodão na lavoura. É importante, ao longo do ciclo das plantas, acompanhar o seu crescimento e ir tutorando conforme elas se desenvolvem. Outro detalhe é confirmar se as linhas estão bem firmes, e caso mostrem irregularidade, ajustar os fios.