A adubação verde é uma técnica agrícola que consiste no plantio de determinadas plantas, como gramíneas e leguminosas, que contribuem para o aumento do teor de matéria orgânica e a melhoria da fertilidade do solo, influenciando positivamente nas condições físicas, químicas e biológicas deste. A técnica visa recuperar solos degradados, melhorar solos pobres e conservar os que já são altamente produtivos, trazendo ganhos para os produtores rurais.
A utilização de adubos verdes no período de inverno já é bastante comum, mas a utilização de espécies de verão, tais como as crotalárias, mucunas, feijão bravo do Ceará, feijão de porco, guandu, entre outros, ainda é feita por um número reduzido de agricultores no sul do país. As altas temperaturas e chuvas que ocorrem durante o verão permitem alta produção de biomassa, incorporação de nitrogênio e ciclagem de nutrientes. Assim, a introdução de leguminosas de verão em sistemas de consórcio ou de rotação de culturas pode incorporar quantidades significativas de nitrogênio aos sistemas de produção. Existe ainda a possibilidade de associar essa forma de adubação verde com sistemas de plantio direto. A formação de grande quantidade de palhada favorece a proteção do solo e dificulta o estabelecimento de plantas invasoras.
No período do inverno, os adubos verdes mais recomendados são aveia, centeio, tremoço, ervilhaca e nabo forrageiro, sendo o coquetel de plantas o mais indicado, com a composição aveia + ervilhaca + nabo forrageiro nas quantidades de 80+20+8kg de sementes ha-1, respectivamente. Já no período do verão são indicados o cultivo do milho, milheto, mucuna, crolatária, girassol e papuã, sendo seu coquetel o mais indicado, como o do girassol + milheto + mucuna nas quantidades de 15+8+40kg de sementes ha-1, respectivamente.
Essa prática objetiva a construção progressiva da biodiversidade na área de cultivo para evitar o estresse nutricional, de temperatura e de água, diminuir fontes de inóculo de organismos oportunistas, melhorar as condições para os criatórios de inimigos naturais e contribuir com a melhora na bioestrutura do solo. É neste ambiente complexo da lavoura, que ao contrário do ambiente simplificado, podemos promover e estabilizar a saúde da planta, diminuindo custos de produção.
Utilização de adubos verdes:
Em pré-cultivo ou rotação de culturas – Quando são utilizadas antes ou depois de uma cultura para melhorar o solo para a cultura que será plantada em seguida.
Em consórcio – Pode ocorrer o plantio conjunto da cultura e do adubo verde e em seguida o corte e deposição do material sobre o solo para fornecer nutrientes ainda para esta cultura, ou então o plantio na parte final do ciclo da cultura, sendo que o adubo verde se desenvolve na parte final e após o ciclo de cultura, beneficiando a cultura seguinte.
Cultivo em faixas – Quando se cultivam faixas de leguminosas perenes ou semiperenes separando talhões de culturas e as leguminosas são podadas periodicamente para adubar as culturas.
Fontes: Epagri e Embrapa Hortaliças